Imersão em Contos [6]

Leia a série do início: Prolegômeno

Capítulo anterior: O Quarto

O Desespero

          Com o início do novo intervalo, David precisava de alguma atividade para conter a incredulidade que o consumia enquanto não começava um novo bloco. Decidiu ir até o quarto e pegar um cortador de unhas, para aparar aquelas pontas indesejáveis que ficavam puxando fios. Mas com certeza não iria cortar muito curto, pois a unha é um bom artifício quando se está com pressa e pegar a chave de fenda é uma tarefa que possa consumir mais do que alguns segundos.


          Novamente sentado, começa a cortar os pedaços pontudos remanescentes, e a cada parte da unha que cai, derrubava também um pouco daquela sensação estranha que o perseguia. E assim os dois minutos do intervalo foram passando, ainda que lentamente para ele. Assim que o programa retorna, retornam também os sentimentos e, novamente com aquele aperto no peito, David senta-se de uma maneira um pouco torta, cruza a perna, repousando o tornozelo direito em cima do joelho esquerdo, apoia os braços nas pernas e volta a assistir...


          O terceiro bloco inicia com uma música clássica calma, mostrando recortes de jornais onde as manchetes das notícias eram sobre o que havia ocorrido dentro da casa. Frases como “O Segredo Ainda Vive”, “O que teria acontecido com Maurício?”, “Em busca de respostas”, e algumas outras, se sobrepunham no primeiro plano da tela. As imagens começavam a acelerar e apareciam em um intervalo de tempo cada vez menor, ao passo que a música clássica ficava mais agitada a cada instante, intensificando a ansiedade de David. A última imagem a aparecer na tela que também marcava a última nota da sinfonia foi uma imagem da porta da casa onde Maurício estava, semicerrada, com uma luz forte vindo de dentro dela e os dizeres: “O Mistério Por Trás da Porta...”. Então, novamente, ouve-se a voz do narrador imitando a de Maurício...


          “Eu sabia que não devia ter tirado essas fotos. Não aguento mais isso... Esse desespero, essa vontade louca de bater a cabeça na parede até ela explodir e jorrar sangue por toda a casa. Isso está me consumindo. Os flashes grudaram essas malditas imagens na minha retina. Queria poder arrancar meus olhos, mas tenho certeza que mesmo assim não iria adiantar. Minha mente fica processando essas imagens cada vez que eu inspiro o ar carregado dessa casa horrenda.


          Estou a algumas horas sentado nesse carpete com a cabeça entre os joelhos, pensando em tudo que estou vendo. De onde vem todo esse sangue? Por favor meu Senhor, se é que existe alguém aí encima olhando por mim, me ajude. Não sei o que me faz sentir pior, se é o fato de a Luna ter desaparecido defronte aos meus olhos, ou quem sabe seja essa maldita dor de cabeça que não para nem um segundo. Também pode ser o fato de eu estar PRESO NESSA DROGA DE LUGAR há tanto tempo que já nem sei mais quanto tempo faz desde que entrei aqui... Para mim chega. Já é hora de sair daqui de uma vez por todas!
          Adeus...
          E espero que esse seja definitivo...”


          Esse texto foi encontrado ainda dentro do quarto apresentado nas fotos. Claramente percebe-se a inquietação crescer dentro de Maurício. Estima-se que enquanto escrevia essas palavras, fazia uma semana que ele já estava dentro da casa. O trecho a seguir foi encontrado dentro do quarto que, até o momento, ele ainda não tinha entrado. Nota-se uma letra um pouco diferente, mais disforme e apresentando traços de nervosismo aparente. De fato vocês entenderão o porquê...


          “Por que isso? Por que comigo? Eu não entendo o que eu fiz pra merecer esse tipo de coisa. Estou aqui novamente atirado ao chão, sentado, com cada centímetro do meu corpo envolto pelo medo. Eu tinha certeza que eu conseguiria em algum lugar encontrar qualquer coisa que pudesse me tirar dessa casa. Um martelo, um bastão, qualquer coisa que pudesse quebrar uma janela sem grades, ou destruir a madeira das portas. Mas eu não esperava encontrar algo parecido com isso. Eu consigo sentir sua respiração quente no meu pescoço. Eu consigo sentir o ar se movimentando em minha direção, cada vez que ela se aproxima. Não consigo ver nada, mas sei onde está. Sei que está perto de mim. Sei que está me fitando cada instante. Não sei o que é, ou quem é, muito menos imagino por que está me assombrando dessa maneira... Sinto uma gota de suor gelado escorrendo lentamente. UM GRITO!


          Um salto.


          E novamente caio de costas quase batendo a cabeça no guarda-roupas, enquanto escuto algo vítreo se quebrando, provavelmente a centímetros de mim. Meus tímpanos seguem por vários momentos tilintando os farelos do vidro estraçalhando-se. Pressiono as palmas das mãos contra minha orelha na tentativa de fazer aquilo terminar, porém isso apenas intensificou o barulho que ecoava em mim a ponto do próximo grito ser resultante do ar passando pelas minhas cordas vocais, arranhando minha garganta. Um grito saído do fundo da alma. Um grito tentando lavar as feridas que começavam a se formar nela.


          No momento em que esse grito percorre os móveis da casa, lentamente o zumbido vai se dissipando e também some a certeza de que há mais alguém nesse quarto. Posso agora abrir os olhos, mesmo sem enxergar quase nada, e sem ver movimentação alguma ao redor, ou ouvir qualquer som que habitasse o interior desse recinto. Rápido como um lince, irei agora sair desse quarto amedrontador, não sem antes bater com todas as minhas forças essa porta, para ter a certeza de que não irei entrar aqui novamente...”


          Ainda no terceiro bloco, assim que o brilho de cada átomo de fósforo se dissipava lentamente, fazendo com que as imagens desaparecessem da TV de plasma daquela sala, um risco branco cortando a tela de fora a fora se fez. Um chiado forte tomou conta da sala. E o que invadiu os tímpanos de David foram sons que com certeza ainda iriam martelar sua cabeça por muito tempo, buscando uma sensata explicação para o que ouvia...

Livro Review - Dragões de Éter: Caçadores de Bruxas

          Bom, começo essa resenha do Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas, com a frase que twitei pro Raphael Draccon ontem à noite: @ só uma prévia... matei aula hoje à noite pra ler as ultimas 60 páginas pq nao aguentei esperar... :S


          Vai ser difícil fazer uma review decente sem spoilers, mas não quero estragar a surpresa de ninguém. Vou tentar então fazer uma resenha sobre as impressões que tive em vez de falar somente sobre o livro. Não considerem isso um merchan, mas é que realmente esse livro mereceu um post aqui, e a minha história começa assim:

          Conheci o 'tal' Raphael Draccon lendo as suas colunas no Sedentário e Hiperativo (desde a primeira). E ali descobri que o cara sabia o que estava falando. 
Foi então que eu conheci o Dragões de Éter. Na época, meio desligado não cheguei a ir atrás ou comprar um livro. Quando despertei de vez para a literatura, coloquei como meta comprar e ler o DdE. Por sorte na Bienal, além disso, tive a oportunidade de conversar um pouco com o Autor.


          Então voltei e comecei a ler o tal livro. No começo o Raphael já mostra a que veio, e larga logo nas primeiras páginas o tema do livro, doa a quem doer. Talvez isso afaste alguém de primeira vista, mas afortunados aqueles que continuam lendo. Eu já tinha lido livros antes que me prendiam, mas essa foi a primeira vez que um livro me PUXOU para dentro da história. Eu devorava cada linha uma, duas, às vezes três vezes para ter certeza de que eu tinha lido aquilo mesmo. Os personagens cativam logo à primeira vista, a história é extremamente bem tramada... Arriscaria dizer que se tivessem tomates ao invés dos personagens principais, o texto seria igualmente marcante, de tão bem feita que é a trama. 


          A maioria dos livros que li, em algumas partes maçantes e cansativas, às vezes pulo uma ou duas linhas por ter certeza que aquilo não é importante, ou porque a linguagem não é nem um pouco interessante.
os Caçadores de Bruxas conseguiram me fazer ler as trezentas e todas as páginas sem pular UMA VÍRGULA. Mais do que isso. Em frações de segundos enquanto lia algo extraordinário acontecendo, meus olhos davam breves fugidas entre os pontos para tentar percorrer de relance o texto em busca do nome da pessoa ou do que causou aqueles eventos que eu estava lendo, tamanho meu envolvimento e curiosidade com o que estava acontecendo.


          Realmente, esse livro é algo além de qualquer coisa que eu já tenha lido. É um livro para crianças... para adolescentes... para adultos. A mente do Raphael Draccon trabalha muito além do óbvio, e beira os limites do surpreendente. Ainda com pitadas de Ocultismo e Humor, de uma maneira sutil e MUITO BEM pensada, o primeiro livro do Dragões de Éter conseguiu me envolver até a última folha da história, contada por um bardo qualquer. E quando eu já estava curtindo o sabor do fim da história, mais duas folhas simplesmente me paralisaram e deixaram-me de boca aberta, mesmo a história já tendo acabado. E pra finalizar algo para deixar qualquer um de cabelo em pé.


          Acredito que se há uma combinação perfeita entre elementos de fantasia e imaginação, aproximando levemente o medieval com os tempos atuais, acredito que RD está muito perto de conseguir (lembrando que ainda há dois livros pra ler).


          Realmente espero que essa história torne-se uma trilogia cinematográfica, pois ela merece (em alguns momentos eu chegava a imaginar como seria a cena na telona). Espero que não aconteça comigo o que aconteceu com Peter Jackson ao acabar de ler Senhor dos Anéis e exclamar "nossa mal posso esperar esse livro se tornar um filme", e no fim quem teve essa tarefa foi ele mesmo, muitos anos depois :P. 
Recomendo esse livro fortemente a todos que desejam elevar suas mentes ao Éter, e entrar nesse mundo incrível descrito por Raphael Draccon em Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas.


          Como espero que os próximos livros sejam melhores que esse (e o próprio RD nos diz isso) então infelizmente não posso dar nota 10 :(!


Nota: 9.8 (aguardando os próximos dois livros, que estão me olhando na prateleira e pedindo 'por favor' para serem lidos de uma vez :P )

Retrospectiva Imersão em Contos

          Eu preciso descrever o que vi. Mas por mais que pense e rabisque nessa maldita folha não consigo encontrar as palavras certas para descrever o que eu vi e senti.

http://depositodecontos.blogspot.com/2010/08/imersao-em-contos.html

           Com essa frase, Maurício tentava nos alertar sobre o que haveria de ser encontrado por detrás daquela porta, dentro daquela casa. Porém o que vimos foi um misto de horror com incredulidade. O que poderia ter acontecido naquele quarto? Caros leitores, essa pequena pausa entre os capítulos nos fez perder um pouco a linha de raciocínio da nossa história. Para amenizar isso, alguns leitores foram convidados a aceitar o desafio de fazer uma recapitulação da imersão, em suas visões, para compartilhar com vocês. Por coincidência, um certo Maurício foi a pessoa que aceitou esse desafio de fazer a retrospectiva interessante e bem humorada, então escreveu as próximas linhas para o deleite de todos.

Bom vamos lá então, fui incumbido de criar uma recapitulação sobre Imersão em Contos, não chego nem perto a ser um escritor, sou apenas um mero leitor que aceitou este tremendo desafio. Vejamos por onde começar. Sim sim, começo a me recordar...



           Maurício nosso protagonista acorda em uma noite de verão, após recuperar seus sentidos, atende o celular que o acordara. Segue abaixo um trecho da conversa:

           - Por favor, vem aqui na minha casa... Alguma coisa deu muito errada - Fala Luna, já em tom de choro e desespero.
           - Nossa, se acalma, estarei aí em alguns minutos, mas o que houve?
           - É que...

         O que poderá ter acontecido a Luna? Terá tido uma recaída devido ao seu histórico de tentativas de suicídio, e overdoses de remédios e bebidas?

          Em seguida nosso protagonista sai desesperado em procura de sua amiga. Chegando a casa de Luna percebe que está um pouco diferente da casa que conhecia antes. Preocupado talvez mais do que precisasse com o ar sombrio, dado pelas janelas fechadas e luzes apagadas, bate várias vezes na porta e nada acontece. Apreensivo sem saber o que fazer, não acha outra solução a não ser arrombar a porta. Pobre infeliz, azarado dele, após arrombar a porta perde o equilíbrio e bate com tudo na porra da quina da mesinha de centro... Quem já deu uma canelada, paletada ou dedada, nestas mesinhas que foram criadas com o único propósito de nos causar dor, sabe o quanto é dolorido, agora imaginem a situação de Maurício após ter dado de cabeça na quina da mesa? Isso mesmo, perdeu a consciência. Chega a me dar arrepios só de pensar no tamanho da poça de sangue que deve ter sido formada.

          Poucos segundos antes de Maurício desmaiar, percebe alguém parado na porta da cozinha entreaberta, que parecia estranhamente o observar. Quem será esta pessoa? Será Luna?

          Vamos tentar desvendar esse mistério analisando os próximos capítulos...

Primeiro Capítulo - O Despertar

http://depositodecontos.blogspot.com/2010/08/imersao-em-contos-2.html


          O primeiro capítulo desta emocionante historia se inicia com David, um trabalhador autônomo, responsável pela instalação de câmeras e prestigiado pela região. Ao acordar pela manhã David segue seu ritual como de costume, espreguiçou-se, deu aquela mijada matinal, embora tenha lutado com todas suas forças, contra seu destino, falhou, todos seus esforços foram em vão, não importa o quanto tenha balançado, o ultimo pingo, sempre mancha a cueca. Pegou o controle remoto da televisão, ligando-a no noticiário local. Dentre inúmeras propagandas, e reportagens sem muita importância como, animais de estimação e seus “mestres”, David foi atraído por uma reportagem. Talvez pela música de mistério, ou quem sabe pelo tom assustador pela qual eram narrados os fatos, sentou-se na cama e ficou estático, prestando atenção.

          Tratava-se do caso de um Jovem chamado Maurício, de 27 anos. A polícia decidiu reunir e divulgar a publico todo o material coletado.

          Algo dentro de David dizia que deveria assistir a esse programa, David pressentia que já ouvira sobre esse caso, mas infelizmente não se recordava.

          Abaixo segue um trecho da primeira carta encontrada pelas autoridades locais, em seguida outros trechos da carta de Maurício:

          "...minha cabeça doeu tanto, mas tanto, que parecia que eu tinha sido atropelado por um caminhão carregado. Meus olhos dificilmente se acostumariam com aquela luminosidade, pois apesar de ser dia, a sala estava muito escura. Abri meu celular para tentar ver que horas eram, mas esqueci que a bateria tinha acabado ainda em casa. Por sorte ela ainda teria o carregador que lhe dei de presente, afinal até o gosto para celulares temos em comum. Levantei ainda um pouco tonto, pus minhas mãos na nuca, em busca de algum sinal de sangue. Por sorte apenas tive a reação de dar um grito quando toquei no galo que tinha se formado quando caí..."

          "...pelo visto passei algumas horas desmaiado, o que me assustou, pois poderia ter acontecido o que eu temia. Minha primeira reação foi gritar pelo nome dela. Não obtendo resposta, o sangue começou a correr mais violentamente nas minhas veias. Não poderia... não aceitaria que algo tivesse acontecido com ela por meu descuido..."

          "...isso não faz sentido. Eu sei que foi por ali que eu entrei, é impossível que agora eu não consiga abrir..."

          David com seus olhos fixos e a respiração curta absorveu cada letra das carta, aguardando o que estaria por vir...

Segundo Capítulo - O Início

http://depositodecontos.blogspot.com/2010/08/imersao-em-contos-3.html

          Naquela tarde, as frases mostradas no noticiário não saíram da cabeça de David. Chegou em casa ligou a TV e a explicação já estava na metade. Acomodou-se na poltrona, relaxou um pouco, e então toda sua atenção se voltou ao que a apresentadora falava.

          Maurício acordou com uma forte dor de cabeça, meio óbvio, já que deixou uma boa parte do cérebro na quina da mesinha de centro. Seus olhos dificilmente se acostumariam com aquela luminosidade, pois apesar de ser dia, a sala estava muito escura. Maurício lembra de ter visto tábuas de madeiras pregadas nos umbrais, pelo lado de fora da casa, cortando completamente qualquer feixe de luz que tentasse entrar pelas janelas. Porque alguém em sã consciência pregaria tábuas de madeiras nos umbrais pelo lado de fora? Será possível nenhum vizinho ter estranhando as madeiras pregadas nos tais umbrais? Onde fica localizada a casa de Luna? Será que Luna tem vizinhos? Por Deus alguém sabe o que são umbrais? Porque Maurício escreve de forma tão difícil e intelectual?

          Abriu seu celular para ver que horas eram, mas estava sem bateria tinha acabado ainda em casa. Levantou tonto, pôs as mãos na nuca, em busca de algum sinal de sangue. Por sorte apenas encontrará um galo. O chão é todo forrado de parquet, com uma mesinha onde fica o telefone logo à frente da porta. Na parede à direita encontra-se uma janela, e ao lado, um sofá verde fora colocado ali para poder assistir à TV que, sem antena alguma, ficava encima de um rack com quatro gavetas. Tentou acender as luzes e nada, por sorte encontrou uma TV, e sua luminosidade o ajudará a clarear um pouco. Foi então que percebeu que as lâmpadas haviam sido removidas. Começou a vasculhar as gavetas e enfim encontrou o cabo do carregador. Desligou a TV e plugou o celular. Após um tempo liga o celular, a julgar pelo horário percebe que já era dia, porém a penumbra dentro da casa não dava a menor impressão do sol. Tentou abrir a porta pela qual havia adentrado, porém nada aconteceu, permaneceu intacta e imóvel. Só lhe restou procurar a chave. Voltou ao rack, e vasculhou na última gaveta e por coincidência lá estava uma lanterna.

          Maurício relata em suas cartas ter olhado para cima e percebido que não havia lâmpadas, segundo seu celular já era dia quando acordará após ter desmaiado devido à forte pancada na mesinha, porém a penumbra dentro da casa não dava a menor impressão do sol já ter se erguido no horizonte. Umbrais muito bem lacrados, sem lâmpadas, mesinha de centro estrategicamente preparada para nocauteá-lo, e por fim a porta pela qual havia adentrado estava trancada. Quanta coincidência não acham?

Terceiro Capítulo - A Descoberta

http://depositodecontos.blogspot.com/2010/08/imersao-em-contos-4.html

          David atento com o início do segundo bloco do programa, recosta a cabeça em uma almofada na guarda só sofá, e lentamente vai desligando-se do barulho dos carros que vem lá de fora...

          "Voltamos a apresentar nosso especial sobre o caso de Maurício. Após a tinta da caneta acabar, ele sai em busca de outra caneta, e pelo visto demora vários minutos para conseguir isso. Quando consegue, segue escrevendo sobre o que aconteceu naquele dia. Confira:"

          Após Maurício ter encontrado uma caneta, volta a relatar detalhadamente o que estava acontecendo. Maurício estava à procura de chaves que pudessem abrir a porta que deveria estar já aberta. Acompanhado de sua fiel lanterna passou para a sala em frente, pois sabia que lá tinha uma pequena estante com algumas gavetas onde poderiam estar às chaves. Enquanto tirava calmamente todos os objetos de dentro das gavetas, criando certa bagunça, não obteve sucesso ao encontrar as chaves, mas escutou um barulho alto vindo dos quartos. Imagino aqui com meus botões o cagaço que Maurício deve ter tido, coitado devia estar suando frio. Rapidamente chegou ao quarto de Luna, que era o último do corredor, tentou abrir a porta, porém estava da mesma maneira que a porta da frente, virou-se para o lado e se deparou com o segundo quarto. Ao entrar, Maurício sentiu o exalar de um cheiro pútrido. Após o grande susto que levara, descobre que o causador dos barulhos era apenas um gato, ao vasculhar as caixa que o gato deixou cair, encontra uma câmera, e um chaveiro. De imediato, Maurício testa o chaveiro na porta de entrada, esbraveja por alguns instantes. Não obteve sucesso. Volta lentamente à porta do quarto de Luna, a fechadura aceitou, vagarosamente girou a chave e a fechadura retraiu, e a porta se abriu. Segue abaixo um trecho da carta de Maurício:

          "Eu preciso descrever o que vi. Mas por mais que pense e rabisque nessa maldita folha não consigo encontrar as palavras certas para descrever o que eu vi e senti. Por isso, farei com que seus próprios olhos possam enxergar o horror pelo qual passei ao abrir aquela porta..."

          Maurício relata que ao entrar no segundo quarto onde encontrou o chaveiro e a câmera, se depara com um terrível cheiro pútrido. O que terá acontecido neste quarto? Qual a origem deste mau cheiro?

          Ao entrar no quarto de Luna, Maurício não consegue descrever em palavras o que viu, e sentiu, em tão resolve registrar aquele momento em fotos. O que terá visto? O que pode haver de tão ruim dentro do quarto?

          Qual a do gato preto? Será que ele está possuído por um demônio? Maurício deveria matá-lo só por precaução ou segui-lo para ver se ajuda a encontra uma saída?

          Nesse momento a imagem congela. Os olhos de David se esbugalham em pura descrença enquanto imagens começam a se formar na tela... Imagens tão insanas que talvez seja necessário mais do que apenas palavras para mostrá-las...

Quarto Capítulo - O Quarto


          Quando David viu as 10 imagens registradas por Maurício. Não conseguia crer. De alguma forma estranha, as fotos lhe causavam um frenesi difícil de descrever. David não sabia o significado deste sentimento apenas sabia que lhe significava alguma coisa...

          "E diante desse horror que todos nós acabamos de presenciar, chegamos ao fim do nosso segundo bloco. Não percam o próximo bloco, aonde iremos..."

          David ofegava incrédulo, tentando organizar na sua mente as idéias passadas pelo que vira...

Graças ao bom Deus chego à última parte desta recapitulação da qual fui incumbido de escrever. Caso tenha gostado, meus mais sinceros agradecimentos, caso contrario fazer o que não se pode agradar a todos não é mesmo?


ATENÇÃO

Caro leitor as imagens a seguir possuem fortes cenas só olhe se tiver certeza.
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