A Tristeza e o Pato

Peraí Álisson, você traiu o movimento dos escritores de contos, manolo?
Nãããão amiguinhos, muita hora nessa calma. Estou postando um poeminha só porque tive ele num momento de inspiração, e quando as coisas surgem na cabeça de graça assim, temos que postar, por mais bobas que pareçam... Segue:

Derradeiro Impacto

Há momentos com um player que toca a música que o personagem está escutando... se você ver o símbolo  em algum momento do texto e não conseguir clicar no sinal do player, clique no navegador correspondente aqui:


Mozilla


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          Eu tinha acabado de chegar na capital. Meus três amigos estavam na rodoviária me esperando chegar, todos ansiosos, afinal já fazia um bom tempo que eu não os via. Meus dois amigos que moravam juntos no centro, e a namorada de um deles, que também fazia parte do nosso círculo de amizades. Ao chegar, dei um abraço apertado em cada um deles, lembrando dos velhos tempos em que vivíamos próximos e fazíamos brincadeiras no meio da noite. Quando terminaram os comprimentos e todo aquele ritual de mata-saudade entramos no carro e fomos em direção ao apartamento em que eles moravam juntos. Perdemos aproximadamente quarenta minutos no trajeto da rodoviária até o apartamento de dois quartos que eles tinham alugado no centro da cidade. Fomos boa parte do caminho escutando rádio, porém quando começaria a parte das notícias da cidade decidimos desligar e voltar a falar as besteiras que quando estávamos juntos surgiam com tanta naturalidade quanto as risadas que vinham logo depois. Mas meu pensamento não estava focado ali, estava em outro lugar, precisamente do outro lado da cidade onde ela morava. Pensei por alguns instantes em tudo que tínhamos passado juntos. Nossos momentos de alegria e tristeza, os abraços apertados que teimavam em jogar minha tristeza sempre para longe... Afastei esses pensamentos da minha cabeça, pois uma pontinha de angústia começava a tomar conta de mim. Fazia já algum tempo que eu não a via. Mas tinha prometido a mim mesmo que dessa vez não ia passar. Eu iria ligar pra ela e combinar de nos encontrarmos. Ela com certeza iria adorar, afinal eu sabia que ainda gostava de mim... - E eu dela pensava, enquanto cutucava a namorada do meu amigo, no banco da frente, quando ela imediatamente me dá um tapa na mão e mostra a língua, antes do carro inteiro encher-se com risos e palmas.
          Chegando no apartamento, pegamos as malas, aliás, eu peguei as malas, pois absolutamente ninguém iria carregá-las pra mim, inclusive colocaram as coisas que eles estavam carregando sobre as malas pra eu carregar também, enquanto riam da minha cara sofrendo com os dois malões e uma mochila a tira colo, subimos até o sétimo andar e entramos no pequeno apartamento deles. Na sala de estar, o primeiro cômodo que entrei, tinham dois sofás brancos, com revestimento macio, um de dois e outro de três lugares, em forma de 'L', e o rack da TV de 32 polegadas que ficava bem em frente ao sofá de três lugares. Coloquei minhas malas no carpete em frente ao sofá e corri para o banheiro, afinal esse trajeto de carro tinha me enchido a bexiga. Saí de lá e voltei para a sala, onde todos estavam sentados olhando um filme que estava dando em algum dos vários canais da tv a cabo. Quando cheguei, estava começando uma edição especial do jornal, que provavelmente anunciava morte de alguém famoso, mas que como de costume não iríamos dar bola, e apertando ooff no controle remoto, fomos todos para a janela atrás do sofá simples, coberta por uma cortina transparente branca, que dava na sacada, com uma vista incrível do centro da cidade. Ficamos ali sentados jogando conversa fora enquanto eu peguei meu celular e comecei a criar coragem para ligar pra ela.
          Vários minutos se passaram, quando decidimos ir para um dos morros que cercam a cidade. Geralmente de cima deles era possível vislumbrar toda a cidade, e uma enorme parte do mar. Por ser uma capital costeira, podia-se ver mais o mar do que a própria estrutura da cidade, o que fazia com que os morros fossem o local preferido dos casais apaixonados, fato que fez meu coração apertar ainda mais.
          Quando decidimos que seria melhor acabar, pois ela estava se mudando para a capital, ambos sabíamos que mesmo sendo uma decisão acertada, deixaria em ambos, um pedaço do coração do outro, afinal nos gostávamos muito, mas a distância nesse caso impediria qualquer chance de ficarmos juntos. Ao menos era o que eu pensava para tentar não ficar tão mal, e impedir que a dor no estômago que sentia quando pensava nisso, não machucasse tanto. Mais tarde, ao olhar pra trás talvez fosse difícil mas não impossível ficarmos junto, mas era melhor deixar esse assunto de lado agora.

A lua está cravada no céu nessa noite da celebração do Dia de Reis, fato que fez com que ao menos metade daquela pequena cidade veio reunir-se na rua central, bebendo e fazendo alguns jogos, o que sempre foi tradição a esta época do ano. A passagem dos três magos por Belém trazia alegria apenas ao pensar na bela passagem bíblica que narra o fato.

E aqui estou eu. Na mão, uma caneca de Posca, que também fazia parte da tradição, afinal estávamos falando de uma festa atualmente bíblica para a maior parte do mundo. Tudo está aparentemente na mais perfeita ordem. A rua, por ser a central, é também a mais larga da cidade. As ruas caberiam seis bigas romanas lado a lado. Inclusive o revestimento parecia o dos antigos romanos. As pedras brancas demarcavam a quadra à frente da prefeitura, cercada por árvores e algumas casas dos ilustres habitantes da cidade, a maioria com dois pisos e um jardim enorme na frente. E numa dessas casas estão os senhores da família mais tradicional da cidade, ressaltado todo seu prestígio e fortuna em cada barriga avantajada as quais eram constantemente estapeadas a cada boa cartada, seguida de outro gole, e um irritante arroto; as velhas beatas da casa alta de três pisos ao lado da prefeitura estão em seu canto, meio isoladas do resto, fofocando sobre cada traje vestido por cada habitante da cidade, mesmos seus vestidos não sendo um primor da moda, nem dos mais modernos cemitérios; as crianças correndo com suas máscaras que deveriam causar um certo pavor, mas que a maioria das pessoas apenas fingem morrer de medo para não acabar com a ilusão infantil, além do resto das tradicionais famílias que não são especiais o suficiente a ponto de serem citadas individualmente, conversando e bebendo, sem muito interesse no resto.

Votação I

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